
Adolf Hitler nasceu em Braunau am Inn na Áustria no dia 20 de abril de 1889. Filho de Alois Hitler, um funcionário da alfândega de uma pequena cidade austriaca fazendo fronteira com a Alemanha e uma dona de casa Klara Pölzl (prima de segundo grau de Alois). Envergonhava-se de suas origens humildes. Não gostava do império multiétnico Austro-Hungaro, preferia uma nação mais 'homogênea'.
Era devotado à mãe e tinha um relacionamento turbulento com o pai, que o educava severamente e com quem não tinha muitas opiniões politicas em comum. Não era um bom aluno, sofria de fotofobia, era canhoto (ou ambidestro), vegetariano, cordial, educado e abstêmio. Não suportava que fumassem em sua presença e considerava a caça uma covardia. Na época em que foi chamado para o alistamento na Áustria, media 1,73 m.
Seu pai morreu em uma taberna, vítima de alcoolismo em janeiro de 1903. Sua mãe morreu em dezembro de 1907 de cancro, por um diagnóstico arriscado feito por um médico judeu, o que o afetou terrivelmente.
Em 1907, aos 19 anos era orfão e se mudou para Viena, com o intuito de se tornar artista. Adorava a ópera e as composições de Wagner, que depois financiou como forma de propaganda de exaltação nacional. Recebia, nessa época, dinheiro do Estado, o subsídio duraria até seus 21 anos. Viveu com o dinheiro do subsídio e a ajuda financeira de sua tia por parte de mãe, de quem recebeu herança, sem ter um emprego fixo.
Não conseguiu passar para a escola de artes que pretendia nas duas tentativas que fez. Começou então a se aproximar das idéias pangermânicas através de leituras recomendadas por um professor anti-semita, Leopold Poetsch, admirado por Hitler em sua juventude.
Chegou a morar em um abrigo para homens, pois não tinha dinheiro para se sustentar, começou a pintar cartões postais para vender, o fez com um homem que também morava no abrigo. Com o dinheiro, conseguiu se mudar do abrigo para um apartamento na Meldemannstrasse. Não era um emprego fixo, mas chegou a ganhar bastante dinheiro com o sucesso de seus cartões postais, não tinha que trabalhar tanto quanto um banqueiro então tinha horas livres que dedicava à leitura.
Em Viena, Hitler começou a se aproximar ainda mais do que seria um anti-semita ativo. Diferente de Linz, a comunidade judaica de Viena era consideravelmente grande, além de ter judeus ortodoxos do leste europeu que se distinguiam das outras pessoas através de suas roupas e aparência, o que intrigou Hitler. O anti-semitismo sempre esteve em sua vida, graças a cultura católica do sul da Alemanha e da Áustria. Foi então que começou a se interessar pelos judeus, comprou então os primeiros panfletos abertamente antisemitas, escritos por Jörg Lanz von Liebenfels, que leria.
Políticos alemães (Karl Lueger e Georg Ritter von Schönerer) reforçaram a crença anti-semita de Hitler de que os problemas econômicos pelos quais a Alemanha passava tinham a ver com os judeus, vistos agora, por Hitler, como parasitas. Ele ainda retraria essa em diversos posters de propaganda anti-semita que faria pela Alemanha alguns anos mais tarde.
Em 1913 recebeu uma pequena herança do pai e mudou-se para Munique. Começou a se interessar por Houston Stewart Chamberlain. Por volta dessa época foi convocado pelo exército Austro-Hungaro e foi considerado inapto, pôde então voltar para Munique. Em agosto de 1914, porém, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, alistou-se no exército da Bavária. Serviu como mensageiro, um trabalho perigoso em uma guerra de trincheiras, onde quem não está em um buraco até a altura dos olhos é alvo fácil.
O tempo em que foi mensageiro para o exército foi cheio de méritos, mas talvez por não ser alemão, nunca foi elevado além de cabo. Recebeu duas condecorações, uma Cruz de Ferro de segunda classe em dezembro de 1914 e depois uma Cruz de Ferro de primeira classe em agosto de 1918. Receber uma Cruz de Ferro de primeira classe quando não se era oficial era algo raro. No meio tempo esteve no hospital por um ferimento na perna em outubro 1916, voltou à frente em março de 1917 e recebeu uma condecoração por ferimentos de guerra. Mais tarde, em outubro de 1918 ficou temporariamente cego por exposição ao gás mostarda. Durante essa guerra, Hitler desenvolveu um patriotismo pela Alemanha.
Permaneceu no Exército alemão depois da guerra e participou de palestras e cursos que tinham o intuito de criar um bode expiatório para o por quê da derrota na guerra, a culpa recaiu sobre os judeus, comunistas e políticos. Para aqueles que tinham sofrido com a guerra era necessário achar um culpado, no caso de Hitler, como já tinha raízes anti-semitas, acabou se tornando um importante porta-voz para capitão Mayr e seus superiores.
Em julho de 1919 se tornou líder do 'comando de esclarecimento', graças a sua oratória e inteligência. O objetivo era disseminar a idéia e fazer com o que outros soldados se tornassem
adeptos dela.
Setembro de 1919, Hitler então quis criar um partido próprio, mas seus superiores no Exército deram a ordem que se infiltrasse em um partido já existente, o Partido dos Trabalhadores Alemães. Hitler recebeu o número 555, os números tinham começado em 500 por conselho de Hitler, para que o partido parecesse maior do que realmente era. No partido, conheceu Dietrich Eckart um anti-semita entre outros, e logo se tornou líder. No mesmo mês, Hitler escreveu seu primeiro texto anti-semita, em formato de um relatório para Adolf Gemlich, que tinha feito os mesmos cursos que Hitler no exército. Nesse relatório, Hitler falou de um anti-semitismo que deixaria de lado os 'pogroms' e lutaria dentro da legalidade para igualar os judeus a todos os outros estrangeiros na Alemanha, tendo como objetivo final tirar os judeus da Alemanha.
Hitler foi liberado do exército em 1920, a partir daí começou a se engajar plenamente no partido, ao se tornar líder do partido, mudou seu nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Nazi, apelido vindo da união das palavras National Sozialistische, contrastando com o apelido dos sociais-democratas 'Sozi'. O partido também adotou a saudação romana (assim como os fascistas italianos) e a suástica, supostamente como símbolo do Arianismo.
Teve o apoio da Sturmabteilung (SA), uma milícia paramilitar de homens identificáveis por suas camisas castanhas que andavam pelas ruas atacando adeptos da esquerda e minorias, gritando slogans, pensados em 1921, como forma de propaganda, afim de criar apoio popular. Em torno de 1923 conheceu o editor, Julius Streicher, de um jornal, Der Stürmer, radicalmente anti-semita que ajudaria a propaganda pessoal de Hitler e a proliferar o anti-semitismo pela Alemanha.
O partido de Hitler tinha agora um pequeno número de extremistas de Munique, mas Hitler logo descobriria que, além de sua forte oratória, inspirava lealdade pessoal, assim, atacando socialistas, capitalistas, judeus, liberais e comunistas, começou a ter simpatizantes. Alguns dos primeiros seguidores de Hitler acabaram por se tornar homens importantes durante seu governo, nomes como Rudolf Hess, Hermann Göring, Ernst Röhm (líder da SA) e Erich Ludendorff um marechal de campo.
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